Entre o lúdico e o horror, procuro colocar na tela o drama do ser e a realidade do existir. Na pintura abstrata, como nos retratos figurativos, trago um único sentimento, a busca pela “Expressão”. Minhas pinturas possuem técnicas diversas, podendo ser usadas juntas ou separadas. Uso tintas acrílicas, carvão para os desenhos, fluidificante médio para dar liquidez à tinta derramada e tintas transparentes, para o acabamento e veladura na tela. Os trabalhos aqui apresentados têm temas relevantes e sociais e são intitulados, seguindo a ordem abaixo.

“A contagem” é a pintura de mulher, com traços fortes, com um vestido da cor vermelha, coberto por números, que simbolizam o número de mortes de vítimas da infecção do CoronaVírus (Covid19). Naquele rosto feminino, havia também uma máscara silenciosa, como forma única de proteção contra o negacionismo, que impediu que as vacinas chegassem a tempo, para evitar a dor e a morte, para muitas famílias.

“The Next Day”: nesta pintura a ambiguidade de sentimentos está presente, quando as mulheres e o Velho, no dia seguinte, olham para a imagem da sua pátria destruída pela guerra. E questionam-se sobre o passado e o enfrentamento da nova etapa de vida. Já em um novo tempo, já em outras terras, estão a construir novos sonhos, novas pinceladas. Seus filhos, reféns da memória de perda, poderão, quem sabe, através da arte, expressar novos conceitos, como aqueles que tinham suas mentes submersas na destruição, criaram com destaque o Dadaísmo depois da primeira guerra mundial.

 “Destruição do clima pelas intempéries” é uma pintura que está associada às grandes preocupações da humanidade. Lá está o casal com suas cabeças imersas pelo vapor das grandes ondas, seus corpos atônitos, equilibrados entre os ventos contrários, seus pés atolados pelo lixo inorgânico, no marrom da praia. O caos está lá. A destruição chegou! Fruto da negligência do homem, como o desmatamento das florestas, a dispersão do gás de Ozônio na atmosfera, e das toneladas de lixo inorgânico, depositado nas costas litorâneas do planeta.

Outras obras repercutiram, como as pinturas catalogadas, para a exposição “Fora da Margem” no Centro Cultural DMAE, contra a discriminação por raça, gênero e cor.

Também um projeto de instalação, foi apresentado em maquete e planta arquitetônica, para o MAC-São Paulo com pinturas impressas em tela sob painéis expostos em clima de guerra, destruição, mísseis, soldados, mulheres e crianças em fuga para a fronteira.

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